TORCIDAS

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TORCIDAS







Nessa
secao voce encontrara algumas das maiores torcidas do Cruzeiro!






O Cruzeiro tem hoje a maior torcida em todo o estado de Minas Gerais. Este
fato foi mais do que comprovado pela quebra do recorde de publico do Mineirao.
Onde no jogo Cruzeiro x Vila Nova (pela decisao do campeonato mineiro de
1997) onde 99% eram cruzeirenses, a torcida lotou as dependencias do estadio
com o espantoso numero de mais de 132 mil pessoas. Veja agora algumas das
maiores torcidads do Cruzeiro!



Mafia
Azul Cru-Fiel Floresta




A Mafia Azul foi fundada em 05/06/77 por moradores da Floresta, um dos
bairros mais tradicionais de nossa Belo Horizonte. Sempre marcou presenca
nas arquibancadas onde quer que o Cruzeiro jogasse. Exibia com orgulho
uma das maiores faixas no Mineirao (Organizacao Mafia Azul da Floresta),
alem de varias bandeiras. Ja no inicio da decada de 80, uma nova geracao
de cruzeirenses da Floresta fundou a Cru-Fiel Floresta, torcida que tambem
deixou sua marca no Mineirao. Em 1987, as duas torcidas se uniram e formaram
o Gremio Recreativo Esportivo e Cultural Torcida Organizada Mafia Azul
Cru-Fiel Floresta,a maior torcida organizada de Minas Gerais e uma das
maiores do Brasil.

A Mafia Azul foi
a primeira torcida a ser considerada de utilidade publica. A Mafia Azul
hoje conta com mais de 65.000 integrantes, no seu quadro de socios. A maior
torcida do Cruzeiro e de Minas possui uma sede (Matriz) no Barro Preto,
onde se concentra a sua administração, departamento de relacoes
publicas e de marketing. A sede e totalmente informatizada e conta com
uma boutique onde e vendido todo o seu material. Ja no Mineirao, a torcida
conta com duas salas.

FAC
- Forca Atuante Celeste





Fundada em marco de 1980, e a segunda maior torcida organizada do Cruzeiro,
apesar do numero de inscritos ser razoavelmente pequeno, cerca de 2000
pessoas, a FAC e quem se resposabiliza pelos "Mascotes" do Cruzeiro (criancas
que entram em campo com a equipe). Sao mais de 900 criancas inscritas.
E considerada a segunda maior torcida por sua estrutura, organizacao e
tradicao. Seu atual presidente e Abdala Dahas e sua sede fica na Rua Itai,
653 - Bairro de Santa Efigenia.

Torcida
Jovem do Cruzeiro




Fundada em 07/09/1970 e a mais antiga torcida de Minas Gerais em atividade.
Teve como primeiro presidente Catarina Buchardet e como vice Jose Vitor
Pereira. Ja foram presidentes da Torcida Jovem: Dirceu Alves Lopes; Geraldo
Wagner de Assis Pereira; Carlos Coimbra e exerce atualmente a presidencia,
Geraldo Henrique Goncalves. Conta atualmente com 1000 componentes e sua
sede se localiza na Rua Curitiba 1022/210. Possui uma sala no Mineirao
cujo nome e uma homenagem ao grande idolo da equipe WILSON PIAZZA. A entrada
e pelo portao numero 6 do estadio. Participou acompanhando o clube em caravanas
por todo Brasil e America do Sul, se fazendo representar em todas as grandes
conquistas da equipe.

Mancha
Azul




Fundada em 20 de dezembro de 1990. E uma das mais novas torcidas organizadas
do Cruzeiro. E uma torcida sempre presente em todos os jogos do Cruzeiro,
seja em Belo Horizonte ou interior. Possui cerca de 7000 componentes. Seu
atual presidente e Roberto Marcio Bruguinara e sua sede fica na Rua Rio
Grande do Sul, 843 apto 03 - Bairro Barro Preto.


Uniformes

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História

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História

A história
do Cruzeiro se confunde com o surgimento de Belo Horizonte.

A edificação da capital mineira atraiu vários
imigrantes italianos, que

logo formaram uma grande colônia. O time surgiu como
um sonho maior da

italianada que se radicou em Minas.




Mas até chegar ao Cruzeiro de hoje houve um longo caminho.
A primeira

tentativa de ser formar um clube de futebol foi frustrada.
O Americano

Football Club surgiu em 1907, mas teve vida curta porque houve

infiltração de jogadores de outras colônias
e de brasileiros. Em 1916,

houve uma nova tentativa. Desta vez, a colônia reuniu
um ajuntamento de


jogadores italianos numa seleção que se chamou
Scratch Italiano, mas que

durou pouco tempo. Em 1920, surgiu o Palestra Itália,
nome sugerido pelo

cônsul da Itália em Belo Horizonte. A idéia
era criar um clube aos

moldes do Palestra Itália que existia em São
Paulo, o atual Palmeiras.

Em 2 de janeiro de 1921 e com a presença de 72 pessoas
foi fundado

oficialmente a Società Sportiva Palestra Itália.










Célio
Apolinário / Abril Imagens




Este
grande time do Cruzeiro foi campeão da Taça
Libertadores da América em 1976: (em pé)
Darci Meneses, Piazza, Moraes, Nelinho Vanderlei e Raul;
(agachados) Eduardo, Zé Carlos, Palhinha,


Jairzinho e Joãozinho


As cores
adotadas foram as mesmas da bandeira italiana: verde, vermelho
e branco. O primeiro uniforme do clube foi camisa verde clara,
calção branco e meias vermelhas com detalhes
em branco e verde. O escudo do

time era em forma de losango, divido em duas partes: a superior
em vermelho e a inferior verde. Ao centro do escudo viria
um círculo

branco com a inscrição SSPI em forma de monograma,
em letras douradas.


O time era exclusivista e era formado apenas pelos membros
da colônia e

seus descendentes.



Somente em 1925, o clube abriu as suas portas e aceitou atletas
de

outras nacionalidades ao mesmo tempo em que aportuguesou o
seu nome para Sociedade Sportiva Palestra Itália e
depois passou a se chamar Sociedade Esportiva Palestra Itália.



Por causa da Segunda Guerra Mundial, virou Sociedade Esportiva
Palestra


Mineiro. Em 1942, quando o Brasil declarou guerra à
Itália, o clube

passou a se chamar Ypiranga. Mas o nome deu azar. O Ypiranga
durou

apenas uma partida. O time perdeu para o rival Atlético
e, no dia

seguinte, os dirigentes fundaram o Cruzeiro Esporte Clube.



O Cruzeiro passou a ser uma grande força do futebol
brasileiro a partir


da inauguração do Mineirão, em 65, quando
surgiu o esquadrão formado

Tostão, Piazza, Natal, Dirceu Lopes, que roubou o título
da Taça Brasil

de 66 do Santos de Pelé e Cia. De lá para cá
a torcida cresceu em

proporção geométrica e viu o time conquistar
como suas maiores glórias, o título da Libertadores
da América por duas vezes (1976 e 1997).

Hino

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Hino
Jadir Ambrósio

Existe um grande clube na cidade/
Que mora dentro do meu coração/
Eu vivo cheio de vaidade/
Pois na realidade é um grande campeão/
Nos gramados de Minas Gerais/
Temos páginas heróicas, imortais/
Cruzeiro, Cruzeiro, querido,/
Tão combatido, jamais vencido

MASCOTE

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Charges

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Publicado em: 03-03-2008 11h08min
Autor: Camaleão - Cartoons
©Todos os Direitos Reservados
Fonte e Cores preservadas como no original

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Atualizado em 10-03-08 15h41min | Fonte: Cruzeiro - Site Oficial | Qtd Leituras: 1137

Para Adilson, Cruzeiro não jogou bem no primeiro tempo





O técnico Adilson Batista viu dois tempos distintos no clássico deste domingo contra o Atlético-MG. Segundo o comandante, o adversário teve um volume maior na primeira etapa, enquanto o time celeste foi superior na segunda. Ele ainda destacou a vontade dos jogadores. Alguns deles, inclusive, sentiram dores no final da partida, mas tiveram que permanecer no campo, porque as três substituições já tinham sido queimadas.



"Pela nossa proposta de jogo tivemos algumas dificuldades no primeiro tempo. O Atlético-MG foi melhor, nos envolveu e criou algumas oportunidades. Tivemos que fazer algumas substituições. Corrigimos no intervalo e voltamos melhor. Criamos algumas situações. Depois de uns 15 minutos vi que o time estava bem, com a possibilidade de trazer mais um jogador no meio, que seria o Elicarlos", afirmou.



Para Adilson, o time teve algumas dificuldades na marcação, principalmente pelo lado esquerdo do campo. "O Geninho já trabalhou com o Jadilson e o time deles teve seis ou sete situações por aquele lado. Nós erramos na saída, corrigimos com a entrada do Sandro e administramos. Não vi apatia, vi um posicionamento errado que começou lá na frente", disse.



O treinador lembrou também que foi obrigado a fazer duas modificações ainda no primeiro tempo, em função das contusões do volante Charles e do atacante Guilherme, o que atrapalhou os planos do Cruzeiro. Além disso, houve atletas que sentiram um desgaste físico no final do confronto.



Como Adilson já havia feito as três modificações de direito, alguns jogador tiveram de permanecer em campo, mesmo sentindo dores musculares. O treinador lamentou o fato, mas elogiou a garra desses atletas.




"Tivemos algumas dificuldades, devido às lesões. O Thiago (Heleno), o Marcelo (Moreno), o Jadilson, Sandro acabaram sentindo, mas tiveram a superação, a dedicação pessoal e se sacrificaram. Mostraram o espírito que o torcedor gosta", disse o técnico celeste.



"Sabemos o por que desse grau de dificuldades. Não é uma justificativa, mas no jogo de terça-feira (Caracas) a exigência foi muito grande. E nós recuperamos na quarta-feira, na quinta fizemos fundamentos, na sexta-feira um trabalho tático mais leve e no sábado também para ter força suficiente no jogo de hoje (domingo)", disse.



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Vídeos Do Cruzeiro

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Wagner descarta favoritismo do Cruzeiro no clássico




Meia celeste diz que, apesar da excelente fase do time da Toca, é preciso respeitar o rival Atlético no duelo de domingo, no Mineirão.

Por: UOL Esporte 07/03/2008 12h17

Tags: campeonato mineiro
, cruzeiro

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Adilson destaca apoio dos laterais e da torcida no Cruzeiro




Treinador diz que os jogadores que chegam de trás são importantes para o time celeste, mas convoca os torcedores para o empurrar a equipe diante do Caracas nesta terça-feira, no Mineirão.

Por: UOL Esporte 04/03/2008 11h24

Tags: cruzeiro
, futebol

, libertadores




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Zé Eduardo vê semelhanças entre seu estilo e o de Ramires




Volante, de 16 anos, que deve ganhar chance no jogo do Cruzeiro contra o Social, neste sábado, elogia o titular da posição e diz que suas principais características são a força na marcação, o bom passe e muita vontade

Por: UOL Esporte 01/03/2008 11h03

Tags: campeonato mineiro
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Jonathan quer voltar a jogar, ainda que seja improvisado




Para o lateral-direito, que pode ser utilizado em outra função pelo técnico Adilson Batista, contra o Social, na tarde deste sábado, o importante é retornar ao time do Cruzeiro,após problemas médicos seguidos.

Por: UOL Esporte 01/03/2008 09h54

Tags: campeonato mineiro
, cruzeiro

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Para Fábio, boa fase deixa Cruzeiro mais visado




Goleiro diz que a boa campanha na temporada, principalmente o 100% de aproveitamento no Mineiro, aumenta a responsabilidade da equipe, que precisa ter mais atenção com os adversários.

Por: UOL Esporte 27/02/2008 13h57

Tags: cruzeiro
, futebol

, mineiro




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Elicarlos lamenta tempo perdido e se desculpa com o Cruzeiro




Depois de desistir de ação na Justiça contra o Náutico, seu ex-clube, volante se apresenta ao time mineiro na terça-feira.

Por: UOL Esporte 27/02/2008 12h11

Tags: campeonato mineiro
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História

Arte que dominou o continente

Quando o Cruzeiro surgiu no futebol mineiro, nos anos 20, a cena era dominada por América e Atlético. E o Cruzeiro era na verdade o Palestra, um fruto da colônia italiana que queria formar um time com uma cara mais popular.

O Palestra veio e abalou as montanhas de Minas Gerais, conquistando títulos e se firmando como uma importante força no futebol do Estado. A década de 40 viu a mudança de nome de Palestra para Cruzeiro, por causa da Segunda Guerra Mundial. Em seguida, o clube mergulhou numa crise e parou de investir no futebol. Mas quando a torcida voltou a sorrir, percebeu que a espera valera a pena.

O Cruzeiro dos anos 60, com o futebol-arte de Tostão e Dirceu Lopes, foi uma das maiores equipes que o Brasil já viu. Desde então, o Cruzeiro conquistou a América duas vezes, foi rei na Copa do Brasil e se firmou como uma potência do futebol brasileiro. Potência que ainda deu ao mundo o jovem Ronaldo, o futuro Fenômeno do futebol mundial. O sonho dos italianos dos anos 20 virou mesmo realidade.




1921 - 1923 — Da fundação ao primeiro estádio
1924 - 1930 — Surgem os Fantoni
1931 - 1936 — Tempos modestos
1937 - 1942 — O fim da Era Palestra
1943 - 1945 — O estádio JK
1946 - 1952 — Tempos de crise financeira
1953 - 1960 — Criação da Sede Social
1961 - 1964 — Começa a era Brandi
1965 - 1969 — Rumo à glória
1970 - 1975 — O time dos sonhos
1976 - 1982 — A conquista da América
1983 - 1990 — Poucos títulos: uma fase difícil
1991 - 1992 — O Bi da Supercopa
1993 - 1994 — Ronaldo: da Toca para o mundo
1995 - 2000 — Desbancando o Palmeiras



1921 - 1923 — Da fundação ao primeiro estádio



No início do século XX, a colônia italiana de Belo Horizonte tentava, sem sucesso, formar um time de futebol que pudesse disputar os torneios locais. Várias tentativas foram feitas e todas acabaram em frustração. Foi o caso do Americano Football Club (1907) e do Scratch Italiano (1916), que chegaram a ser fundados mas não completaram, sequer, um ano de vida. Pouco depois, foi a vez do Palestra Brazil (1918), que nem chegou a ser implantado, ficando apenas no projeto.

Em 1920, aproveitando a presença do cônsul italiano na capital mineira, alguns desportistas da colônia levaram-lhe a idéia da criação do clube, nos mesmos moldes do Palestra Itália, de São Paulo, o atual Palmeiras. A resolução foi acertada depois que algumas das principais famílias italianas se prontificaram a participar do projeto de fundação do clube, que deveria representar a colônia em Belo Horizonte. A reunião foi marcada para o dia 2 de janeiro de 1921. Na fábrica de materiais esportivos e calçados de Agostinho Ranieri, situada à rua dos Caetés, ficou decidida a fundação do clube que deveria fazer frente aos três grandes da capital: Atlético Mineiro, América e Yale. Nascia, naquele momento, a Società Sportiva Palestra Itália, criada pelos presentes com escudo e uniforme que faziam referência às cores italianas, e cuja inscrição SSPI seria gravada no centro do escudo. Outra definição acertada era que apenas membros da colônia italiana poderiam vestir a camisa do time.

O Palestra surgia como o representante do povo, já que Atlético e América eram de bases ligadas à alta sociedade. O novo clube tinha, na sua maioria, membros ligados à agremiação dos trabalhadores. A implantação do Palestra Itália foi rápida. Primeiro, o clube se inscreveu na Liga Mineira de Desportos Terrestres (LMDT), para participar do campeonato local, ainda no ano de 1921. A formação do quadro de jogadores foi mais fácil do que se esperava, pois alguns atletas do Yale - time com certa predominância de italianos - se transferiram para o novo clube, logo que souberam da sua criação. Três meses depois de fundado, o Palestra realizou a sua primeira partida, no estádio do Prado Mineiro, enfrentando um combinado entre Villa Nova e Palmeiras, times de Nova Lima. O atacante João Lazarotti, conhecido por Nani, marcou os gols que deram a vitória ao Palestra.

A primeira conquista do Palestra veio duas semanas após a partida de estréia, quando enfrentou o Atlético, em partida promovida pela Associação Mineira de Cronistas Desportivos (AMCD). Apesar de todos acharem que o Atlético pudesse vencer facilmente, o Palestra surpreendeu e sapecou um 3 x 0, conquistando a medalha de ouro oferecida pela AMCD. Os gols palestrinos foram marcados por Attílio (2) e Nani. Esse resultado fez com que o Palestra, em seu primeiro ano de vida, começasse a sofrer discriminação por parte de dirigentes do futebol mineiro. Em um campeonato oficial, a primeira participação do clube aconteceu no Mineiro de 1921. Depois de passar por uma seletiva, o Palestra conseguiu chegar à fase final, jogando contra os considerados "grandes".

Com apenas um ano de vida, o Palestra já tinha o seu hino, composto em maio de 1922 por Arrigo Buzzachi e Tolentino Miraglia.

Em 1922, o clube já tinha comprado um quarteirão inteiro da Prefeitura por cerca de 50 mil réis. A idéia era erguer o próprio estádio, no Barro Preto, que ficaria pronto naquele ano mesmo, depois que outros investimentos totalizaram a marca de 28 mil réis. O adversário na estréia do estádio foi o Flamengo. A partida foi marcada para o dia 23 de setembro, próximo à comemoração do dia nacional da Itália (20/9). O time mineiro, que tinha em sua linha de frente, formada por Piorra, Nani, Heitor, Ninão e Armandinho, a sua grande arma, foi reforçado por três atletas do Palestra Itália de São Paulo: o zagueiro Gasparini, o meio-campista Severino e o atacante Heitor. O jogo foi equilibrado e terminou com o empate em 3 x 3, o que valeu ao visitante a Taça XX de Settembre. Os gols da equipe mineira foram de Ninão (2) e Heitor, enquanto Benevenuto, Agenor e Mário anotaram para os cariocas.


1924 - 1930 — Surgem os Fantoni



A trajetória do Palestra já era surpreendente até então, e o primeiro título mineiro não demorou a chegar, embora tenha ocorrido de um modo confuso. Em 1926, o clube aceitou um convite para fazer um amistoso em Caçapava (SP), contra o Caçapavense, no mesmo dia de sua estréia no certame regional. A falta ao jogo em Minas Gerais valeu ao Palestra uma suspensão de seis meses da Liga mineira, que inviabilizou a disputa do campeonato de 1926. Sem se intimidar, os dirigentes do clube solucionaram o problema com a criação de uma outra Liga, que organizou o próprio campeonato. No final do ano, o estadual teve dois vencedores, o Atlético por um lado e o Palestra pela outra Liga.

A Liga criada pelo Palestra ganhou o reconhecimento da CBD. Ao ver que os dirigentes do clube não voltariam atrás, a LMDT recuou em 1927, depois de ameaçar tirar banir o Palestra, e repatriou a equipe do Barro Preto, que exigiu a inclusão dos clubes integrantes da AMET no campeonato.

Na verdade, os rivais América e Atlético perceberam que a ausência do Palestra no campeonato de 26 e seu possível afastamento também em 27 não seria bons para o futebol mineiro. Passaram, assim, a pressionar a LMDT a reincluir o time do Barro Preto em seus quadros. O principal motivo da atitude de atleticanos e americanos estava no fato de o estádio do Palestra ser o grande palco do futebol estadual da época. Enquanto torcedores alvinegros e alviverdes se espremiam para ver os seus times, os palestrinos contavam com um estádio maior e mais aconchegante para assistir às partidas de sua equipe.

A importância do Palestra passou a ser tanta que Atlético e América passaram a se aproveitar da influência que tinham dentro dos poderes públicos da cidade e do Estado para contratar jogadores, oferecendo-lhes residência e empregos na rede pública. Os dirigentes palestrinos, atentos às reformulações nos elencos atleticano e americano, tratou de fortalecer seu plantel trazendo jogadores do Palestra paulista. A rivalidade fez com que a colônia formasse um timaço, que viria a conquistar o tri-campeonato em 1928, 1929 e 1930, com um ataque arrasador e a consagração do artilheiro Ninão.

O título de 1928 veio pela primeira vez com confrontos diretos com Atlético e América. Mas o campeonato só foi definido em abril de 1929, quando o Palestra recuperou o título, que havia sido repassado para o Atlético devido a uma irregularidade com o atleta Carazzo, vindo do Palestra paulista. Tudo não havia passado, no entanto, de armação de um dirigente corintiano, descoberta bem depois. Em 1929 e 1930, quando beliscou o primeiro bi e depois o tri-campeonato, o time não perdeu nenhuma partida, vencendo os canecos de maneira invicta. Na conquista do bi, em 1929, um sócio do clube teve a idéia de expor, na vitrine da sede do clube, a bola do último jogo do torneio, com o placar da partida gravado sobre o couro (Palestra 5 x 2 Atlético).

Aquela foi uma época de ouro, em que se destacaram dois atacantes, Ninão e Nininho. Além da qualidade técnica, tinham em comum o sobrenome Fantoni, o que não era coincidência: os dois eram primos. João Fantoni, ou simplesmente Ninão, foi o primeiro grande ídolo do Palestra, alcançando a marca de 163 gols em 130 jogos. A dupla de Fantonis partiria depois para a Itália, mas um terceiro jogador da família também faria história no clube.


1931 - 1936 — Tempos modestos



Um ano após a conquista do tri-campeonato mineiro, o Palestra perdeu os jogadores Ninão e Nininho, que se transferiram para o futebol europeu, além de outros cinco astros da máquina que empolgara a torcida na recente façanha: Nereu e Rizzo haviam pendurado as chuteiras, Pires retornou para Nova Lima, Carazzo foi para o futebol paulista, e o zagueiro Bento morreu. Surgia então um novo Fantoni, o atacante Niginho, irmão de Ninão e primo de Nininho, que havia participado do time anterior, mas só agora ganharia a condição de titular.

Em 1933, o profissionalismo chega ao futebol. O Palestra, bem enfraquecido, não conseguia repetir o sucesso do final da década de 20, quando tinha um timaço. As suas estrelas se limitavam ao goleiro Geraldo Cantini e aos atacantes Piorra, Bengala e Armandinho. Niginho também se transferiu para a Lazio, onde atuou até 1935. Com a sua ausência, o Palestra via seu futuro restrito a apenas um jogador: o atacante Ítalo Fratezzi, conhecido por Bengala.


1937 - 1942 — O fim da Era Palestra



A má fase palestrina só teve fim no ano de 1940, quando o time voltou a conquistar o título mineiro. Após muita confusão durante a competição, o time decidiu o campeonato com o Atlético, já em 41, numa melhor de três. O Palestra venceu a primeira partida por 3 x 1, e o Atlético deu o troco, fazendo 2 x 1 no segundo jogo. No terceiro e último duelo, Nibinho e Alcides fizeram os gols que garantiram a vitória por 2 x 0 e o título do Campeonato. Esta seria a última partida do time com o nome de Sociedade Esportiva Palestra Itália.

Com a Segunda Guerra Mundial, em 1941, o governo brasileiro declarou guerra aos países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Palestra e tudo mais ligado à alguma dessas nações vivia sob um clima de tensão. O estádio do clube sofreu ameaça de ser incendiado, salvando-se graças à intervenção da Polícia Militar. No início de 1942, a situação ficou insustentável, e o Palestra teve o mesmo destino do seu homônimo paulista: foi obrigado a mudar de nome, pois o governo federal decretou uma lei proibindo o uso de termos que fizessem referência a algum dos países do eixo. O clube mudou de nome três vezes, até chegar ao nome atual: Cruzeiro Esporte Clube.

Em 17 de dezembro de 1942, Mário Grosso foi eleito pelo Conselho para presidente do Cruzeiro (era o primeiro desde o surgimento do novo nome). O primeiro jogo da equipe com o nome Cruzeiro aconteceu no final de 1942, diante do América. O nome deu sorte, e o Cruzeiro venceu por 1 x 0, gol de Ismael.


1943 - 1945 — O estádio JK



Apesar da estréia do nome Cruzeiro ter sido no final de 1942, foi só em 1943 que o time passou a usar o novo uniforme: camisas azuis, com golas brancas, calções brancos e meias em azul e branco. O símbolo agora era a Constelação do Cruzeiro do Sul. A estréia deu-se num amistoso diante do São Cristóvão, do Rio de Janeiro.

O time cruzeirense sofreu muitas mudanças desde o título de 40: Caieira, Geninho, Geraldino e Bibi foram para o Botafogo-RJ, mas surgiram novos valores como o zagueiro Azevedo, Adelino, Ismael e Juvenal, entre outros. Além dos novos atletas, continuavam no elenco grandes jogadores, como Alcides e Geraldo II. O novo time era melhor que o anterior e conquistou o título do Campeonato Mineiro de 43, o primeiro da Era Cruzeiro. Em 1944 e 1945, voltou a ficar com a taça, sagrando-se novamente tricampeão.

Em 1º de julho de 1945, o Cruzeiro estréia seu novo estádio. O estadinho havia sido reformado, durante quatro meses, por associados, diretores, jogadores e alguns cruzeirenses anônimos, ganhando novos vestiários, arquibancadas, gerais, tribuna de honra, tribuna de imprensa e túnel para saída de jogadores sem a interferência do público. O gramado também sofreu alterações, com a implantação do novo sistema de drenagem. O jogo de inauguração do estádio Juscelino Kubitschek, nome dado em homenagem ao então prefeito de Belo Horizonte, foi contra o Botafogo: empate em 1 x 1, com gols de Niginho para o Cruzeiro e Heleno de Freitas para o alvinegro.

No dia 21 de novembro do mesmo ano, foram inaugurados os refletores do estádio. O Cruzeiro recebeu o América-RJ e não foi exatamente um bom anfitrião, goleando os cariocas por 4 x 0, com 3 gols de Braguinha e um de Niginho.


1946 - 1952 — Tempos de crise financeira



A partir de meados da década de 40, após os títulos de 1943, 1944 e 1945, o Cruzeiro entrou numa grave crise financeira, mergulhado num mar de lama. O time não conquistava títulos e, quando os conquistava, o clube não tinha como pagar os bichos prometidos, tampouco recursos para segurar os atletas que se destacavam. Um grupo de jovens, preocupados com o alargamento da crise, criou a Ala Jovem, que vinha requerer uma participação mais ativa junto à diretoria. O difícil para esses jovens era como atuar muito perto da direção do clube. A solução encontrada, que parecia poder ajudar o Cruzeiro a sair do fundo do poço, era a prática de esportes especializados.

Mas, apesar do fortalecimento de outros esportes, é claro que o futebol do Cruzeiro continuou na ativa, participando dos campeonatos estaduais, porém sem grandes conquistas. O destaque do time dessa vez não estava no ataque, mas no gol: era o experiente goleiro Geraldo II.


1953 - 1960 — Criação da Sede Social



Depois do sucesso do chamado esporte especializado do Cruzeiro, o pessoal do futebol passou a dar importância à Ala Jovem, permitindo que seus membros entrassem para o Conselho Deliberativo do clube. Em meio à crise financeira, a presidência cruzeirense ficou vaga, com a saída de José Greco. Não aparecia nenhum interessado em assumir o comando, até que, depois de dez reuniões, Wellington Armanelli foi eleito e aceitou o cargo, logo transferido para José Francisco Lemos Filho. A Ala Jovem, atuando dentro do clube, dava início ao projeto de construção de uma Sede Social para o Cruzeiro, com a ajuda novamente da Loteria do Estado, que havia liberado verba para a construção do prédio. O benefício, porém, acabou sendo suspenso, pois o acerto inicial de contas não foi feito. O presidente José Francisco fez um apelo a dois cruzeirenses fornecedores de materiais de construção: Jerônimo Corte Real e Othon de Carvalho. Com o aval de outros dois homens de expressão do clube - Josias de Faria e Miguel Morici -, foi possível pagar o que devia à Loteria do Estado e reiniciar a construção da Sede Social. No final de 1954, a construção da Sede Social do Barro Preto foi finalizada, já no mandato de Eduardo Bambirra (terceiro presidente do clube em 54). Confirmando os planos da Ala Jovem, a Sede Social veio como uma salvação para o clube. Com ela, o número de associados passou de duzentos para dois mil. A crise não havia ainda sido solucionada, mas já era um bom indício de que as coisas poderiam estar mudando para os cruzeirenses.

Para o Campeoanto Mineiro de 1956 foi possível montar um bom time. A competição só teve início em agosto e se arrastou até junho de 1957. O Cruzeiro, desde o início, protestava contra a escalação do atleticano Laércio. O clube alegava que ele não tinha o visto de reservista e havia sido inscrito por meio de uma fraude. O Atlético insistiu em escalar o jogador e, com ele em campo, conseguiu bater a equipe cruzeirense na partida final por 1 x 0. Esse jogo, porém, foi anulado pela Federação Mineira de Futebol, que marcou outra data para a realização da decisão, o que não foi aceito pelo Atlético. No final das contas, o Cruzeiro acabou reconquistando o título de campeão mineiro, que não obtinha desde 1945. Mas tudo acabou, no final, em pizza. Apesar de ter sido declarado campeão de 1956 pela Justiça, em 1958 o Cruzeiro aceitou dividir o título com o ainda inconformado Atlético.

Entre os campeões cruzeirenses, estavam o goleiro Mussula e os atacantes Nilo e Raimundinho.

Duas facções passaram a disputar o poder no Cruzeiro, no final dos anos 50. Uma corrente era a do Barro Preto, formada por pessoas ligadas ao esporte especializado. A outra era dos chamados oriundi, onde sobressaíam Antonino Pontes, Hélio Volpini, Carmine Furletti e Felício Brandi, homens ligados ao futebol do clube. No final, as duas alas acabaram unidas, com Antonino Pontes assumindo a presidência. O time foi reformulado, recebendo jogadores vindos do interior e da várzea, casos dos zagueiros Procópio e Massinha, do meia-direita Nelsinho e do atacante Gradim, entre outros. O Cruzeiro conquistou o título de 1959. Em 1960, estreando um novo uniforme, com pequenas modificações, o Cruzeiro conquistou o bicampeonato.


1961 - 1964 — Começa a era Brandi



Em 1961, Felício Brandi assume a presidência do clube, em substituição a Antonino Pontes. O time, até então conhecido nacionalmente, passaria a se notabilizar no cenário internacional. Esse era, por sinal, o plano de Brandi. Já no primeiro ano no comando do clube, o presidente viu seus atletas conquistarem mais um tricampeonato para a história cruzeirense. O time havia perdido duas peças importantes, Procópio (negociado com o futebol paulista) e Hilton Oliveira (foi para o Rio de Janeiro), mas contratou três reforços: o meiocampista Orlando, o atacante Tião e o lateral-esquerdo Geraldino.

Enquanto o time celeste conquistava o tricampeonato em 1961, a diretoria procurava aumentar o espaço da sede social. A construção da sede Campestre foi feita com a venda de cotas que garantiram o início das obras. A inauguração ocorreu em 1961. O clube havia ganho um terreno da Prefeitura no final dos anos 40 e ainda não construíra nada no local. A primeira idéia foi erguer um novo estádio, mas os altos custos não colaboraram. A solução encontrada foi a construção de uma Sede Campestre, por meio da venda de cotas. Em 1961, a primeira parte da Sede Campestre ficou pronta, já com 4 000 associados.

Em 1964, começou a ser formado o maior time do Cruzeiro de todos os tempos, que mais tarde viria a conquistar diversos títulos importantes. O sonho do presidente Felício Brandi era o de transformar o Cruzeiro em uma equipe tão forte e competitiva quanto o Santos de Pelé. Naquele ano de 64, chegaram ao Cruzeiro o zagueiro William e o meia Hilton Chaves, que pertenciam ao América, e o jovem Wilson Piazza, do Renascença. O lateral Pedro Paulo estava subindo das categorias de base, assim como Tostão e Dirceu Lopes começavam a despontar. O técnico Marão foi responsável pela descoberta de muitos craques, mas foi substituído por Aírton Moreira, depois que o seu time fracassou no Estadual daquele ano. Aírton foi testando os jogadores e montando a fabulosa equipe que pouco tempo depois escreveria as mais belas páginas do Cruzeiro no mundo do futebol brasileiro e internacional.


1965 - 1969 — Rumo à glória



A partir de meados da década de 60, mais precisamente 1965, o Cruzeiro começa a surgir no cenário nacional e internacional como uma grande potência. A história do clube pode ser dividida entre antes e depois daquele ano. O curioso é que essa data permite também a divisão da história do futebol mineiro, pois também em 1965 é inaugurado o estádio José de Magalhães Pinto, o Mineirão. O Campeonato Mineiro de 1965 teve início no mês de julho, dois meses antes da inauguração do Mineirão. Até então, o Cruzeiro não havia engrenado e fazia uma campanha irregular no certame. Depois da inauguração, tudo mudou. Como que inspirado no novo estádio, o time se transformou, passando a desfilar um futebol empolgante. O título foi conquistado de forma convincente. Começava a surgir o timaço das estrelas celestes.

A diretoria cruzeirense, trabalhando em sintonia com o time campeão de 1965, investiu ainda mais para a temporada de 66, fortalecendo a equipe. Trouxe o zagueiro Cláudio, que atuava no Grêmio, o atacante Evaldo, jogador do Fluminense, e o goleiro Raul, até então um mero reserva do São Paulo. Raul foi para o Cruzeiro graças à negociação do colega Fábio, que saira transferido para Tricolor paulista. O presidente Felício Brandi recebeu informações sobre o goleiro reserva do Morumbi e, por meio de uma ligação para Vicente Feola, responsável pelo futebol do São Paulo, acertou a contratação do jovem goleiro.

O ano de 1966 foi de grande alegria para o torcedor cruzeirense. Primeiro veio a conquista do bicampeonato mineiro. O Cruzeiro sobrou no estadual, conquistando o título com duas rodadas de antecedência. Teve o melhor ataque, a melhor defesa e os artilheiros da competição: Tostão e Dirceu Lopes marcaram 18 gols cada e dividiram a artilharia. Foi também nesta época que a torcida azul começou a se multiplicar.

Com o time que tinha, a conquista do certame regional era pouco para o Cruzeiro, que queria mais. O clube fez uma ótima campanha na Taça Brasil até chegar às finais, quando enfrentaria o temível Santos. Mostrando um futebol excepcional, que envolveu todo o país, a equipe celeste não deu mole para o time de Pelé. Na primeira partida, o Cruzeiro arrasou os paulistas, fazendo um surpreendente 6 x 2 no Mineirão. O primeiro passo já havia sido dado, mas havia ainda o jogo em São Paulo. Em caso de vitória santista, uma terceira partida decidiria o torneio, também em São Paulo. Os garotos cruzeirenses precisavam arrancar ao menos um empate na Terra da Garoa para ficar com a Taça. Após perder o primeiro tempo por 2 x 0, o Cruzeiro se recuperou na segunda etapa. Surpreendeu a todos, fazendo 3 x 2, com Tostão ainda perdendo um pênalti. Os gols dos mineiros foram marcados por Tostão, Dirceu Lopes e Natal, enquanto Pelé e Toninho fizeram para o time da casa. O título ficou com os mineiros, depois de um histórico show de bola cruzeirense.

Depois das conquistas de 66, o time e a trocida celeste continuaram crescendo, tornando cada vez mais difícil a missão atleticana de reconquistar a condição de o maior de Minas. O Campeonato Mineiro de 1967 foi um dos mais disputados da década, com o Atlético chegando a abrir cinco pontos na frente da Raposa, que se recuperou no final e conseguiu terminar a primeira fase empatada com o seu grande rival. A decisão do Estadual aconteceu no início de 1968 e colocou frente a frente os dois mais tradicionais times do Estado. Pela primeira vez, Atlético e Cruzeiro faziam uma final no Mineirão. Com duas vitórias incontestáveis (3 x 1 e 3 x 0), o Cruzeiro chegava novamente ao título, como já acontecera nos dois anos anteriores. O time de Tostão, Dirceu Lopes e companhia voltava a fazer o Cruzeiro tricampeão Mineiro.

Após conquistar o tricampeonato pela quarta vez, o Cruzeiro entrava no certame regional de 1968 com um tabu a ser quebrado: a conquista do tetra. A base dos últimos anos havia sido mantida, e a equipe ainda recebeu alguns reforços, como o atacante Rodrigues, vindo do Flamengo, e o meia Zé Carlos, que mais tarde se tornaria um dos grandes craques do time do Cruzeiro de todos os tempos. Outra mudança estava no banco, com Orlando Fantoni assumindo o comando técnico da equipe, em substituição a Aírton Moreira. Com uma campanha invicta, a barreira do tão sonhado tetracampeonato foi quebrada sem maiores dificuldades. O Cruzeiro reinava em Minas Gerais, não dando chances ao rival alvinegro. Em 1969, mais um título invicto. Em 30 partidas, o Cruzeiro venceu 26 e empatou 4, sagrando-se pentacampeão Mineiro.


1970 - 1975 — O time dos sonhos



A década de 70 começou com o Cruzeiro perdendo a hegemonia no Estado. Depois da conquista do pentacampeonato de 1965 a 1969, o time foi superado nos campeonatos de 1970 e 1971. Mesmo assim, a equipe não perdeu a sua força, pois contava agora com com a habilidade de Palhinha, Nelinho, Joãozinho, Roberto Batata e um reforço argentino, considerado um dos melhores zagueiros do mundo: Roberto Perfumo. O Cruzeiro recuperou seu prestígio em Minas Gerais, vencendo a maior competição do Estado novamente em 1972, 1973 e 1974, mais um tricampeonato.

Enquanto a equipe cruzeirense conquistava os títulos estaduais, a diretoria tratava de engrandecer ainda mais o clube. A intenção do presidente Felício Brandi de fazer do time um dos melhores do país já era realidade, mas nem por isso se dava por satisfeito. No dia 3 de fevereiro de 1973, foi inaugurada a Toca da Raposa, o mais completo e moderno centro de treinamentos do Brasil. Com a inauguração da Toca, o Cruzeiro foi o primeiro clube mineiro a organizar um departamento médico especializado para dar assistência aos jogadores de futebol. Em 1974, o Cruzeiro chega pela primeira vez à final do Campeonato Brasileiro. O adversário na final foi o Vasco da Gama, que acabou saindo vencedor. O tetracampeonato Mineiro em 1975, quando a equipe jogou parte da competição com o Expressinho da Vitória, um time misto, viria novamente dar alegria aos torcedores azuis. E a equipe chegou outra vez à final do Brasileiro, perdendo novamente, desta vez para o Internacional de Porto Alegre.


1976 - 1982 — A conquista da América



O vicecampeonato no Brasileiro de 1975 rendeu ao Cruzeiro mais uma participação na Taça Libertadores, no ano seguinte. Pela terceira vez, a equipe mineira chegava ao mais tradicional torneio das Américas. Com uma campanha impecável, o Cruzeiro atropelou seus adversários e chegou à decisão contra o River Plate, da Argentina. As duas partidas previstas para a final terminaram com as equipes empatadas, e brasileiros e argentinos voltaram a se enfrentar, num terceiro jogo, em campo neutro, realizado em Santiago (Chile). O Cruzeiro sagrou-se campeão, proporcionando à torcida a maior alegria desde a fundação do clube, nos longínquos anos 20. O título da Libertadores, dedicado ao atacante Roberto Batata, veio coroar o trabalho do presidente Brandi, que fez do Cruzeiro um celeiro de craques desde a década de 60.

Passada a alegria do título da Libertadores, era hora de pensar na disputa do título mundial. O Cruzeiro enfrentou o alemão Bayern Munique. A primeira partida foi na Alemanha, em pleno inverno, e os mineiros acabaram não resistindo ao jogo dos europeus. O Bayern, de Beckenbauer, Müller, Rummenigge e Mayer, foi superior e fez 2 x 0. No jogo de volta, realizado no Mineirão para quase 115 mil pessoas, o Cruzeiro pressionou sem conseguir vencer o goleiro Seep Mayer, o maior do mundo na época. O placar de 0 x 0 deu o título aos alemães, e a tristeza tomou conta da frustrada torcida.

Em 1977, o Cruzeiro teve que se contentar com o título mineiro. Voltado somente para o Estadual, o "scratch" azul e branco tinha pela frente mais uma vez o rival alvinegro. O Atlético era dono de um elenco forte, e as dificuldades aumentaram com o desânimo pela eliminação na Libertadores. A força atleticana foi comprovada na primeira partida, com o placar de 1 x 0, mas o Cruzeiro não se entregou e buscou a recuperação no segundo jogo. Venceu por 3 x 2, de virada, com três gols do atacante Revetria. No terceiro e decisivo duelo, a Raposa provou que não estava morta e fez 3 x 1, na prorrogação.

A grande máquina do Cruzeiro chegou ao fim no crepúsculo dos anos 70 e início da década de 80. Os jogadores foram se debandando. Palhinha, Jairzinho e o treinador Zezé Moreira já haviam saído depois da conquista do Mineiro de 1977. Raul foi vendido ao Flamengo, mesmo ano que o Guarani levou Zé Carlos. No início de 1980 só restavam no time Joãozinho e Palhinha, que retornara do futebol paulista. O fim do supertime aconteceu, coincidência ou não, quando o presidente Felício Brandi foi substituído por Carmine Furletti, em 1982. Brandi saiu com a missão cumprida. Neste momento, o Cruzeiro era reconhecido como uma potência mundial.


1983 - 1990 — Poucos títulos: uma fase difícil



O Cruzeiro já estava havia seis anos sem conquistar o Campeonato Mineiro, quando em 1984 venceu os dois turnos e ficou com a Taça, evitando as finais. O ano de 1984 foi também aquele em que a família Masci assumiu o comando do clube, com a posse de Benito Masci, em substituição a Carmine Furletti. As estrelas das décadas de 60 e 70 davam lugar a um time mediano, com poucos destaques. Entre os campeões de 1984, estavam Douglas, Geraldão, Carlos Alberto Seixas e os remanescentes Joãozinho e Palhinha, que disputavam a última temporada com a camisa celeste.

Em 1987, com uma equipe formada basicamente nas divisões de base, com contratações de pouco impacto, o Cruzeiro venceu o Atlético nas finais. Após empate de 0 x 0 no primeiro jogo, uma vitória celeste por 2 x 0 na segunda partida selou a decisão. O destaque do time foi o ataque, formado por Róbson, Careca e Édson. No meio de campo, Douglas e Ademir ditavam o ritmo. Mais três anos de jejum se passaram até que em 1990, novamente decidindo contra o rival, o Cruzeiro voltou a vencer o Campeonato Mineiro, desta vez sob o comando de Salvador Masci. Na final, o time bateu o Atlético por 1 x 0, gol de Careca.


1991 - 1992 — O Bi da Supercopa



O time campeão estadual no ano anterior foi reforçado para a temporada de 1991, com as chegadas de Mário Tilico, Charles e Nonato. Apesar de perder a disputa regional para o arquirival, o Cruzeiro, com uma ótima campanha, chegou ao título da Supercopa dos Campeões da Libertadores. Depois de passar por Colo Colo, Nacional de Montevidéu e Olímpia, a Raposa bateu o River Plate na final. Os argentinos saíram em vantagem, derrotando os mineiros por 2 x 0, em Buenos Aires. No jogo da volta, em Belo Horizonte, o time de Ênio Andrade precisava devolver a vitória por dois gols de diferença para levar a decisão para os pênaltis. Com gols de Ademir e Mário Tilico (2), o Cruzeiro deu o troco com direito a sobra, fazendo 3 x 0 e conquistando a sua primeira Supercopa.

Em 1992, contando com estrelas do futebol brasileiro, entre elas Renato Gaúcho, Luizinho e Roberto Gaúcho, além do treinador Jair Pereira, a equipe estrelada conquistou o Campeonato Mineiro e o bi da Supercopa. Na competição Sul-Americana, o Cruzeiro passou por Nacional de Medellín, River Plate e Olímpia, antes de enfrentar o Racing na final. Com uma goleada de 4 x 0 e uma derrota por 1 x 0, o título ficou mais uma vez na Toca.


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993 - 1994 — Ronaldo: da Toca para o mundo



No primeiro semestre de 1993, o Cruzeiro confirmou a sua condição de time copeiro, conquistando a Copa do Brasil em cima do Grêmio. Os cruzeirenses eliminaram Desportiva, Náutico, São Paulo e Vasco, antes de enfrentar os gaúchos. O empate no Olímpico, em 0 x 0, e a vitória miniera em Belo Horizonte por 2 x 1 garantiram à Raposa o título do torneio.

No segundo semestre de 1993, um novo talento surgia na Toca, despontando para o futebol mundial e a caminho de tornar-se o maior jogador do planeta. O garoto Ronaldo, de apenas 16 anos, começou a despertar o interesse de clubes e empresários de todo o mundo com suas atuações no Campeonato Brasileiro e na Supercopa de 1993. Em 14 jogos disputados pelo Brasileiro de 1993, Ronaldo marcou 12 gols. O atacante continuou balançando as redes no primeiro semestre de 94, quando a Raposa faturou o Campeonato Mineiro diante do Atlético, que havia montado um supertime, batizado de "Selegalo". Na final do Estadual, o experiente time atleticano se curvou diante do jeito moleque de jogar da nova sensação do futebol brasileiro. Com 3 gols de Ronaldo, o Cruzeiro fez 3 x 1 no Galo e ficou com mais um título. As atuações de Ronaldo lhe valeram um lugar na Seleção Brasileira que disputaria a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, quando passaria a ser chamado de Ronaldinho. O rápido sucesso do atacante e a sua convocação para a Seleção, acabaram tirando-o da Toca. O Cruzeiro vendeu seu passe para o PSV Eindhoven, da Holanda, por US$ 6 milhões, quantia irrisória perto do que passou a valer o supercraque brasileiro.

Com a venda de Ronaldo para o futebol europeu, o Cruzeiro não conseguiu repetir o desempenho apresentado no primeiro semestre e quase foi rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Após uma péssima primeira fase, a equipe foi disputar a repescagem e por pouco não caiu.


1995 - 2000 — Desbancando o Palmeiras



No ano de 1995, o empresário José de Oliveira Costa, o Zezé Perrella, assumiu a presidência do clube, pondo fim ao reinado da família Masci. As primeiras conquistas do Cruzeiro nessa gestão vieram no primeiro semestre de 1996. O clube conquistou o Campeonato Mineiro de forma surpreendente. Outra conquista marcante do clube foi a vitória sobre o Palmeiras, em pleno Parque Antártica, quando a Copa do Brasil ficou novamente em posse do Cruzeiro. Depois de atropelar adversários de alto nível, como Corinthians e Vasco, o time azul disputou a final da competição contra o todo-poderoso alviverde paulistano. Na primeira partida, houve empate no Mineirão em 1 x 1, mas o Cruzeiro superou o Palmeiras por 2 x 1, de virada, na capital paulista. Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos garantiram a vitória e o título para o Cruzeiro, um dos mais marcantes da história do clube, não apenas pela dificuldade do adversário, o melhor time do país na época, mas pela nova chance de disputar a Libertadores da América.

O Campeonato Mineiro de 1997 terminou com o Cruzeiro na final diante do inesperado Villa Nova, que havia eliminado o Atlético. Na partida decisiva, mais de 132 mil pessoas compareceram ao Mineirão para ver a Raposa vencer por 1 x 0, gol de Marcelo Ramos. Em toda sua história, o Mineirão não havia recebido tanta gente para um só jogo.

Mas foi no segundo semestre que a festa cruzeirense tomou conta das ruas de Belo Horizonte. No dia 13 de agosto, a equipe estrelada repetiu o feito de 1976 e novamente conquistou a Copa Libertadores. Com uma campanha irregular, poucos acreditavam no sucesso do time de Paulo Autuori. Mas mesmo assim os cruzeirenses conseguiram superar todos os obstáculos e chegaram à final. O adversário foi o time peruano do Sporting Cristal. Com um empate e uma vitória, o Cruzeiro garantiu o bicampeonato da Libertadores.

A campanha na Libertadores e a final do Mundial Interclubes, em Tóquio, foram prioritários para o Cruzeiro em 1997, que investiu todas as suas fichas nessas competições. O Campeonato Brasileiro foi deixado em segundo plano. Mesmo porque o time não estava mostrando um bom desempenho naquele momento. Tanto que ele só fugiu do rebaixamento no Brasileirão na última rodada. Mesmo tendo beliscado o bi Sul-Americano, a diretoria resolvou mexer na equipe e contratou alguns jogadores só para a disputa do Mundial, em Tóquio, diante do Borussia Dortmund, da Alemanha. Com técnico novo e desentrosada, a equipe fez o que se esperava: perdeu para os alemães por 2 x 0, deixando escapar mais uma vez o título de campeão do mundo.

A conquista do Campeonato Mineiro de 1998, diante do Atlético, serviu para apagar a tristeza pela derrota no Mundial. Nessa época, o time já contava com novos ídolos, como Fábio Júnior, para muitos o novo Ronaldo, e o goleiro Dida. Com três gols de Fábio Júnior na primeira partida da final, o Cruzeiro venceu o Galo por 3 x 2, revertendo a vantagem do rival. No jogo decisivo, o placar apontou um empate em 0 x 0, que garantiu aos cruzeirenses o tricampeonato. A diretoria contratou grandes jogadores para a disputa do Brasileirão de 1998, fazendo do Cruzeiro um dos maiores times do país. Entre os veteranos, o destaque foi o atacante Müller, que apresentou um excelente futebol, digno dos seus melhores tempos de São Paulo. A equipe chegou à final diante do Corinthians e acabou sendo vice-campeã. Dois empates nos primeiros jogos e uma derrota na partida final adiaram o sonho do torcedor celeste de conquistar o Campeonato Brasileiro, único título que o clube ainda não possui. A temporada se encerraria com mais dois vice-campeonatos: na Copa Mercosul e na Copa do Brasil, em ambas finais derrotado pelo Palmeiras.

O final de 1998 marcou a despedida do goleiro Dida do Cruzeiro. O grande ídolo da torcida não quis se reapresentar no início de 1999, alegando ter recebido proposta oficial do Milan. O caso envolvendo o atleta e o clube acabou na Justiça . O goleiro se transferiu para a Itália, mas ficou sem jogar durante seis meses, até ser emprestado pelo clube italiano ao Corinthians. Antes amado pela torcida, Dida passou a ser hostilizado quando jogava em Minas, por causa do episódio. Outro desfalque para a temporada de 1999 foi o atacante Fábio Júnior, vendido para a Roma, da Itália, por US$ 15 milhões, transformando-se na maior negociação do clube em toda sua história.

No primeiro semestre de 1999, o Cruzeiro venceu a Copa dos Campeões de Minas Gerais, vencendo o Atlético na final por 5 x 1, a maior goleada do clube sobre o seu rival. A conquista da Copa dos Campeões levou o time à disputa da Copa Centro-Oeste, que também foi conquistada pela equipe. No Campeonato Mineiro, o time parou na semifinal, eliminado pelo Galo. Com a base do time de 1998 mantida, restava a missão de conquistar o Brasileirão. A campanha na primeira fase da competição foi excelente. O time se classificou em segundo lugar. Nas oitavas-de-finais, porém, o Atlético, que não fazia campanha tão boa, acabou eliminando a Raposa com duas vitórias (4 x 2 e 3 x 2). O técnico Levir Culpi foi demitido após ficar dois anos no comando do time. A boa notícia para a torcida no segundo semestre foi a assinatura do contrato com a HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst), que injetou R$ 40 milhões no clube..

Vivendo uma nova realidade, o torcedor cruzeirense entrou no ano 2000 na expectativa de novas conquistas. A diretoria montou um bom time, já utilizando recursos da parceria com a HMTF. O início de 2000, porém, não foi bom para o clube, que perdeu a decisão da Copa Sul-Minas para o América e teve seu técnico Paulo Autuori dispensado após a derrota diante do Atlético por 4 x 2, pelo Campeonato Mineiro. Mas, considerando as conquistas e a projeção obtida na década de 90, o Cruzeiro pode se orgulhar de ter voltado aos tempos de glória, exatamente o que se pode esperar de um clube que revelou Tostão e Ronaldo ao mundo.


2001 - 2006 — Conquista histórica



Após a conquista da Copa do Brasil em 2000, o Cruzeiro passou a viver uma época dos grandes técnicos. Marco Aurélio, que depois voltaria a ocupar o cargo, não teve tempo nem para comemorar o título, pois foi substituído no dia seguinte por Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que em 2002 comandaria a Seleção Brasileira na conquista do Pentacampeonato Mundial no Japão e Coréia do Sul.

Mas foi sob a direção de outro treinador renomado, Vanderlei Luxemburgo, que o Cruzeiro se destacaria no início do século 21. Em 2003, o time celeste colheu os frutos do trabalho iniciado pelo treinador no ano anterior. Quando Luxa assumiu o cargo, a Raposa estava ameaçada de rebaixamento no Brasileiro de 2002. Não caiu, teve uma boa reação na competição e foi formada a base do time que ganharia tudo no ano seguinte.

Não é força de expressão. O Cruzeiro, em 2003, foi campeão mineiro, da Copa do Brasil – superou o Flamengo na final –, do primeiro Campeonato Brasileiro por pontos corridos da história da competição. Fez barba, cabelo e bigode na conquista da Tríplice Coroa, como ficou conhecido o feito.

Luxa foi mantido para a temporada seguinte, mas durou pouco. Acabou se desentendendo com os dirigentes celestes e foi embora. O então auxiliar-técnico Paulo César Gusmão assumiu o cargo, iniciando sua carreira como treinador e levou o time celeste ao título mineiro. Não conseguiu levar o time mais longe na Libertadores daquele ano e acabou dispensado.

A aposta da diretoria cruzeirense foi em outro técnico medalhão. Leão foi contratado, mas não teve êxito. Sem o meia Alex, o maestro da conquista da Tríplice Coroa, a Raposa não se encontrou. No restante de 2004 e em todo o ano de 2005, o Cruzeiro não esteve bem. No ano passado, não conseguiu um único título, quebrando uma seqüência de 15 anos de conquistas.

Em 2006, com a manutenção de Paulo César Gusmão, que foi contratado durante o Brasileiro de 2005, o clube celeste voltou a ser campeão, ao superar o parceiro Ipatinga, que o havia batido na final do Mineiro de 2005. Dessa forma, o clube celeste volta a conquistar a hegemonia mineira.

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