Boca Juniors vence e elimina o Cruzeiro da Taça Libertadores

|

Raposa luta, mas não fura o bloqueio argentino e perde no Mineirão


Thiago Lavinas

Do GLOBOESPORTE.COM, em Belo Horizonte


Palácio comemora o primeiro gol do Boca Juniors


A torcida lotou o Mineirão. O time lutou até o fim. Mas não deu.
O Cruzeiro está eliminado da Taça Libertadores. A Raposa perdeu
nesta quarta-feira para o Boca Juniors, da Argentina, por 2 a 1.
E como foi também derrotado pelo mesmo placar na partida de ida,
deu adeus ao sonho do tricampeonato da competição. O placar
geral do duelo foi 4 a 2 para os argentinos.



Com este resultado, fica afastada a possibilidade de haver uma
final brasileira na competição. E o Boca Juniors agora enfrenta
o Atlas-MEX nas quartas-de-final. A equipe mexicana se
classificou após passar pelo Lanús, da Argentina. Na fase de
grupos, o Atlas foi o primeiro colocado do Grupo 3.



O Boca Juniors, atual campeão da Libertadores, segue como o
carrasco dos clubes brasileiros neste século. Desde 2000, o time
argentino venceu oito duelos contra times nacionais na
competição. Deles, seis foram com a segunda partida no Brasil,
como aconteceu com o Cruzeiro. Já a Raposa perdeu também a
invencibilidade que tinha contra o Boca no Mineirão. Em seis
partidas, o time celeste nunca havia perdido. Eram cinco
vitórias e um empate.



Primeiro tempo



O Cruzeiro precisava vencer. E foi para cima. Logo no primeiro
minuto, Guilherme já arriscou um chute. O goleiro Caranta
defendeu sem problema. Mas sem Jadilson, vetado por causa de uma
torção no tornozelo esquerdo, a Raposa tinha dificuldade para
criar oportunidades.



Só aos 20 minutos aconteceu a primeira chance.
Wagner cobrou falta e Marcelo Moreno desviou levemente de
cabeça. O goleiro Caranta espalmou a bola, que iria no canto
direito. Na seqüência, a arbitragem marcou impedimento de Thiago
Heleno.


O caminho era pelo alto. Ramires sofreu falta na
esquerda. Wagner cruzou, e Thiago Heleno cabeceou com perigo por
cima do travessão. Pouco depois, Guilherme perdeu uma ótima
chance. Após cruzamento para a área, o atacante dominou e chutou
cruzado. Mas a bola saiu fraca, e Caranta espalmou para escanteio.


O Boca só chegou aos 34 minutos. E a sorte ajudou o Cruzeiro.
Riquelme dominou e deu um toque espetacular para Palácio. O
atacante argentino entrou livre pelo meio, e, na frente do
goleiro Fábio, chutou rasteiro para fora. Que susto!



Mas Palácio não perdeu a segunda chance. Contra-ataque rápido
argentino. Riquelme tocou para Palácio na esquerda. Ele cortou
para o meio e soltou a bomba de fora da área. A bola entrou no
ângulo esquerdo do goleiro Fábio, que pulou mas nada poderia
fazer. Boca 1 a 0! Foi quarto gol do atacante na Taça Libertadores.


O empate do Cruzeiro quase veio três minutos depois. Wagner
arrancou pela esquerda e cruzou para Marcelo Moreno. O
artilheiro chutou de primeira. A bola foi para fora com o
goleiro Caranta apenas olhando e torcendo. Faltou muito pouco.
Mas o gol argentino levou o Cruzeiro ao desespero, que passou a
atacar sem organização. Fabrício, que marcava Riquelme de perto,
passou a dar espaços para o craque argentino. E ele passou a
prender a bola e controlar o ritmo da partida.


Porém, o pior ainda estava por vir. Aos 44 minutos, Riquelme
achou Monzón livre pela esquerda, que cruzou para a
área. Palermo subiu entre os zagueiros para cabecear no ângulo
direito e marcar o segundo gol do Boca Juniors. E o primeiro
tempo terminava com algumas vaias da torcida. Antes de descer
para o vestiário, os jogadores do Boca já comemoravam a classificação.


Segundo tempo



Riquelme se livra da marcação do Cruzeiro


O Cruzeiro voltou para o segundo tempo precisando de um milagre.
Só quatro gols garantiriam a classificação. O time estava
nervoso. E jogava um futebol burocrático. Mas não desistia,
lutava. E assim chegou ao primeiro gol. Aos 11 minutos,
cruzamento para área do Boca Juniors. A defesa do Boca Juniors
se enrolou e Wagner aproveitou a sobra. De voleio, o camisa 10
mandou a bola para o fundo da rede. Era o primeiro gol do
Cruzeiro, que voltava a ter esperança.


O gol acordou a torcida, que voltou a empurrar o time. Adilson
Batista colocou Apodi para deixar o time mais ofensivo. Aos 19
minutos, Wagner chutou cruzado e a bola foi para fora. Foi
quando aconteceu um lance curioso. Andrei, reserva do Cruzeiro
que aquecia atrás do gol do Boca Juniors, pegou a bola e
devolveu rapidamente para o jogo recomeçar. Mas recebeu o cartão
amarelo do árbitro chileno Carlos Chandia, que fez gestos
mostrando que ele não poderia fazer o papel do gandula.


O Cruzeiro continuava pressionando. Ramires, por duas vezes,
arriscou o chute. O goleiro Caranta defendeu o primeiro, e o
segundo foi por cima do travessão. Aos 24 minutos, o artilheiro
Marcelo Moreno cabeceou e a bola bateu na trave. Faltava sorte
ao artilheiro da Libertadores.



Aos 27 minutos, falta na entrada da área para o Cruzeiro. Ótima
chance, mas a bola bateu na barreira. O tempo passava, e o jogo
ficava nervoso. O técnico Adilson Batista tirou Charles e
colocou Henrique. A torcida começou a gritar "burro".
Thiago Martinelli, que também estava aquecendo atrás do gol do
Boca Juniors, foi outro a levar cartão amarelo por ter reclamado
da demora da reposição de bola do goleiro Caranta. E o time
argentino ganhava tempo...



Apodi, que entrou muito bem no time, tentou um chute de fora da
área. A bola subiu e foi para fora. Aos 35 minutos, a torcida
começou a deixar o Mineirão. E a missão ficou praticamente
impossível com a expulsão de Ramires dois minutos depois.


Aos 41 minutos, Marcinho ainda teve a chance de empatar. Ele
recebeu sem marcação na área. Mas chutou mal, e o goleiro
Caranta defendeu. Restou aos torcedores aplaudirem a luta dos
jogadores em campo no fim da partida. Vida que segue para o
Cruzeiro, que estréia no sábado no Campeonato Brasileiro contra
o Vitória, fora de casa.



0 comentários Eternos:

Divulgação MASTER!